domingo, 29 de setembro de 2013

A passear pela rua. Talvez não seja passear, mas sim vaguear. Um casal jovem sentado num banco de jardim, dois idosos de mão dada e de bengala passam e fixam o seu olhar em mim. Não entendo o porquê. Estou a chorar.
Porquê? Várias imagens passam na minha cabeça. Imagens tuas, imagens nossas, recordações tuas, recordações nossas. Até que surge uma imagem do dia em que tudo começou, um dia de chuva… Um olhar, um sorriso, sem palavras, sem toques.
Um casal adulto com uma menina pequenina passam por mim, o que me faz avançar até ao futuro. Vi-te, vi-nos. Felizes, abraçados, JUNTOS.
Eu e tu, e a nossa pequenina. A correr, a sorrir. Naquele tempo futuro éramos muito felizes.
O meu pensamento regressa, novamente, ao presente. E o sorriso que tinha no rosto enquanto pensava no futuro, desapareceu. E as lágrimas intensificaram-se.
Sentei-me no chão a olhar para o Rio Tejo, para o Cristo Rei, para a calma do rio…
Um senhor passa por ali, vê-me a chorar e senta-me ao meu lado. «Menina?» Acordo daquele sonho, com o senhor a chamar-me. Pergunta-me o que me fez ele. Fico intrigada e pergunto como o senhor sabe que eu estou a chorar por ele. E o senhor responde-me «Nota-se, eu reparei na forma como sorriu ao ver os idosos de mão dada e aquele casal com a menina. Mas também reparei em como as suas lágrimas aumentaram quando me pareceu ter acordado e voltado ao presente.» Realmente, tudo o que o estranho senhor disse fez sentido. «Ele é a pessoa mais perfeita do mundo.». «Então porque chora?».
«Porque não estamos juntos.».
O senhor olhou para o Tejo, e disse-me «A menina não pode desistir, o amor é um sentimento demasiado perfeito para se desistir dele. Tem de lutar por ele, lutar até ao fim. Lutar até obter um sim ou um não.».
Eu sorri por entre as lágrimas, «Obrigada pelas suas palavras.». O senhor sorriu, levantou-se e foi-se embora.
Deixei-me ficar por ali, sentada, mais um pouco. Aquela calma do rio transmitia-me paz.
Tinha de lutar, por mim e por ele. Mas sobretudo por nós. Nós merecíamos um futuro juntos, e se dependesse de mim, íamos tê-lo.
Levantei-me, andei até casa mas desta vez já sem chorar.
Sentei-me em frente ao computador e escrevi. Estava decidida a lutar, e o sorriso dele era a minha força.
Vou lutar, vou conseguir. Vamos ficar juntos, vamos ser felizes.
As lágrimas rolam pelo meu rosto, desabafo comigo!

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